1946 04 Publicação das Doze Tradições de A.A.

No final de 1941, e em função do artigo “Alcoólicos Anônimos – Escravos libertos da bebida agora ajudam outros” (“O artigo de Jack Alexander”, Junaab, código 228), escrito pelo jornalista investigativo Jack Alexander e publicado no semanário The Saturday Evening Post – de Indianápolis, Indiana, em primeiro de março, o número de membros tinha saltado de dois mil em 1940, para oito mil naquele ano. Motivada por essa incrível expansão, a publicidade nacional voltou-se para a Irmandade, fazendo com que fosse mais procurada. Precisava ser estabelecida uma cuidadosa norma de relações públicas para lidar com essa nova situação.

A principal atenção foi dada à classe médica e religiosa. Em nenhuma circunstância se deveria entrar em competição com uma ou com outra. Assim, deu-se ênfase ao fato de que “A.A. é um modo de vida” que não entra em conflito com nenhuma crença religiosa, ou qualquer especialidade da medicina.

Deixou-se que os médicos soubessem o quanto precisávamos de hospitalização, e foram sugeridas aos profissionais da saúde e às clínicas de desintoxicação as vantagens da cooperação.

Sempre a prática da medicina seria da competência dos médicos, e os assuntos religiosos dos clérigos. Como alcoólicos leigos, A.A. seria apenas uma ligação.

Foram definidas formas de cooperar com a imprensa, o rádio, a televisão e o cinema; com os empregadores; a educação, pesquisa e reabilitação; o que dizer em hospitais, clínicas e instituições correcionais; para que fins, e como o nome de A.A. deveria ser usado, e em que situações os membros poderiam expor-se; como seriam custeados os Grupos, escritórios, órgãos de serviço etc.

Para responder a essas questões foram codificados “Doze Pontos para Garantir Nosso Futuro” – conjunto de princípios sugeridos para assegurar a sobrevivência e a expansão dos Grupos que compõem A.A. Baseados nas experiências dos próprios Grupos durante os primeiros anos cruciais da Irmandade, eles se relacionam à condução dos assuntos internos dos Grupos, à cooperação entre si próprios e ao seu relacionamento com a comunidade externa.

Veja o artigo “Doze Pontos sugeridos para as Tradições de A.A.” escrito por Bill W. para a edição da revista Grapevine de abril de 1946 – quando foram oficialmente propostos e divulgados para a Irmandade, a partir da página 24 do livro “A Linguagem do Coração” (Junaab, código 104), onde esses Pontos aparecem na forma integral.

Em junho de 1949, esses Doze Pontos receberam a denominação atual – “As Doze Tradições de Alcoólicos Anônimos” e assim foram aprovadas pelos mais de 3.000 membros participantes da Primeira Convenção Internacional de A.A. realizada em Cleveland, Ohio, em julho de 1950, onde as Tradições foram apresentadas como “a plataforma sobre a qual nossa Irmandade irá funcionar melhor e se manter unida para sempre”.

NO BRASIL

No acervo dos Arquivos Históricos da Junaab há um pequeno livreto intitulado “A Tradição de A.A.” que, supõe-se, seu original teria sido trazido por algum membro de A.A. norte-americano a serviço no Rio de Janeiro durante os anos de 1940. O texto do livreto contém além de “Os Doze Pontos para Assegurar Nosso Futuro” explanações sobre anonimato, dinheiro e outros assuntos. Foi traduzido em 1948 por Harold W., um dos primeiros membros de A.A. no Rio de Janeiro e distribuído conforme pedidos chegados através da Caixa Postal 254, cedida pela Associação Cristã de Moços – ACM. Este livreto faz parte de uma série de publicações produzidas no início de A.A. no Rio de Janeiro que ficou conhecida como “Folhetos Brancos” – entre eles, um que ficou particularmente conhecido como “Livro Branco” – pela sua caraterística de terem suas capas feitas na cor branca – às vezes, para economizar, da mesma gramatura das páginas internas. 

A primeira publicação das Doze Tradições no Brasil, autorizada por A.A.W.S., ocorreu em setembro 1973, com a edição de uma brochura com capa na cor vermelha. Em junho de 1995, este texto juntou-se ao livro “Os Doze Passos”, (uma brochura com capa na cor verde) e daí resultou o livro atual “Os Doze Passos e as Doze Tradições” (Junaab, código 105).

A forma integral das Doze Tradições pode ser encontrada nos livros: Alcoólicos Anônimos (Junaab, código 102, pg. 207); “Os Doze Passos e As Doze Tradições” (Junaab, código 105, pag. 170); o livreto “O Grupo de A.A.…” (Junaab, código 205, pg. 55). A forma curta das “Doze Tradições” encontra-se nas mesmas publicações e em outros exemplares da literatura de A.A., além dos banners expostos em grande parte das salas de reunião dos Grupos.

SAIBA MAIS:

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As doze tradições de A.A., ou, os filhos do caos

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