No começo de 1934 ingressou no Grupo de Oxford e Nova York Rowland Hazard III (Roy) (1881-1945), membro de uma dinastia de magnatas da Ilha de Rhodes (EUA). Após várias internações por alcoolismo, em 1931, foi levado pela família a procurar ajuda para seu problema em Zürich com o psiquiatra suíço Carl Gustav Jung (1875-1961) –um dos pais da psicologia analítica (psicanálise) com quem Bill W., mais tarde, trocou correspondência.
Após algum tempo de terapia, o resultado foi desanimador e o Dr. Jung teria sugerido que “somente uma profunda transformação através de uma conversão espiritual, seria capaz de remover sua esmagadora compulsão pela bebida”.
De volta à América, Rowland ficou internado entre fevereiro e março de 1932. Ao sair da internação foi procurar o terapeuta leigo Courtenay Baylor (1870-1945), um dos líderes do Movimento Emmanuel que o ajudou a se manter sóbrio. Baylor também compartilhava a ideia do Dr. Jung a respeito da necessidade da conversão espiritual, e indicou-lhe o Grupo de Oxford de Nova York, onde, após sua “conversão” a Deus através do ministro da igreja episcopal Samuel (Sam) Shoemaker (1893-1963), a principal liderança do Grupo de Oxford nos EUA, ingressou no Grupo e passou a fazer parte de uma equipe de abordagem. Nessa condição, acompanhado de Francis Shepard (Shep) Cornell (1899-1985) e Cebra Q. Graves (1898-1979) viajou em agosto desse ano à cidade de Bennington, Vermont – onde Rowland tinha uma casa de veraneio e o pai de Cebra, Collins Millard Graves (1871-1954), era o juiz local. O objetivo da viagem era abordar Edwin (Ebby) T. Thatcher (1896-1966) – antigo companheiro de escola e farras de Bill W.
Ebby tinha sido preso e iria a julgamento por dirigir embriagado e ter provocado um grave acidente destruindo parte de uma residência e o novo automóvel “Packard” de seu pai. Devido às reincidências a Promotoria estava pedindo sua internação no Asilo Brattleboro, uma instituição para doentes mentais; porém, os três oxfordianos persuadiram o Tribunal, conseguiram a custódia de Ebby e levaram-no para Nova York. Algum tempo depois Ebby, por intermédio de Sam Shoemaker e apadrinhado por Rowland, confessou seu alcoolismo e entregou sua vida a Deus na Igreja do Calvário da qual Sam era o Reitor – este era o procedimento da “rendição” e da “conversão”. Ficou sóbrio e decidiu ajudar seu amigo Bill Wilson. Assim, numa sombria manhã de novembro de 1934, quando o telefone na casa de Bill W. tocou e ele atendeu, ouviu a voz familiar de Ebby T. Ebby estava em Nova York. Contou que ouvira falar da dificuldade de Bill e perguntou se podia ir ao Brooklyn para vê-lo.
Duas noites mais tarde, Ebby e Bill estavam sentados à mesa da cozinha da casa nº 182 da Rua Clinton, no Brooklyn. Havia uma garrafa de gim e uma jarra de suco de abacaxi sobre a mesa, mas apenas Bill bebia. Entre incrédulo e estupefato, ouviu Ebby recusar a bebida e dizer que agora tinha religião e estava sóbrio há alguns meses seguindo alguns preceitos básicos: admitir a derrota perante o álcool, se tornar honesto consigo mesmo, confessar seus defeitos a outra pessoa, fazer reparações dos danos causados, ajudar os outros desinteressadamente e rezar a Deus na forma em que o concebia. Ebby não tentou pressionar nem evangelizar.
Bill W. iria obter um retorno definitivo desse encontro durante a sua última internação no mês seguinte quando passou por uma experiência espiritual. Havia acabado de completar 39 anos de idade um mês antes de sair do hospital, e ainda tinha metade da vida pela frente. Sempre afirmou que, depois daquela experiência, nunca mais duvidara da existência de Deus. Nunca mais tomou qualquer bebida alcoólica.
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